História da Fábrica dos Santos Mártires, Aveiro (1905-1917)


Em Fevereiro de 1905 um grupo de operários - João Bernardo Júnior, António de Lima e João Gonçalves e irmãos João Aleluia e Feliciano Aleluia - provenientes de vários sectores, fundaram uma nova empresa denominada por Fábrica dos Santos Mártires, mais tarde conhecida por Fábrica Aleluia, localizada no Largo dos Santos Mártires, fora do espaço urbano, mas perto dos canais. Apesar de se instalarem por conta própria, mantiveram sempre relações de amizade com a Fábrica da Fonte Nova. A produção tinha como base louça de uso comum e utilitária. Contudo, dada a conjuntura económica, a sociedade foi dissolvida em 1906, ficando apenas João Aleluia com a empresa. 
O capital com que inicia a sua atividade era diminuto — 1250$00 — e obtido por empréstimo.
O vidrado era moído na Fábrica Jerónimo Pereira Campos. Até à aquisição do moinho a vento não tinha qualquer força motriz. Mais tarde seria adquirido, "na estrada da Gafanha, um moinho que funcionava com as correntes da ria para moer o vidrado, auxiliando a precária eficiência do motor a vento". E, entretanto, o fabrico alarga-se à "louça de fantasia (imitações do antigo, chinês e japonês)" e ao azulejo.
Em 1909 foram introduzidos novos e vários melhoramentos; a moagem do vidro passou a fazer-se num moinho de vento.
Em 1912, embora ainda não tivesse o capital necessário, João Aleluia compra o terreno e a casa que fora de Luís de Melo Guimarães, junto à ria, mesmo em frente do local onde estivera instalada a Empresa Cerâmica da Fonte Nova.
Cinco anos depois, em 8 de Setembro de 1917, já liberto do anterior empréstimo, transfere para a zona do Cojo a sua Fábrica de Louça dos Santos Mártires, L.da, que passaria a chamar-se Fábrica Aleluia, Louças e Azulejos.


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