Um ano depois por desentendimento entre os sócios, João Aleluia, operário, artista e pintor, assumiu, como empresário, o ativo e passivo da Fábrica.
Até 1917, a fábrica manteve-se no
mesmo local da Fábrica dos Santos Mártires, mas dada a procura crescente, o
espaço tornou-se pequeno, pelo que, João Aleluia em 1911 adquiriu a Quinta da Nunes do Azeite, propriedade na Rua da Fonte Nova, em frente da fábrica da Fonte Nova, para
novas instalações. Só em 1917, após concluída a adaptação João Aleluia transfere a
Fábrica dos Santos Mártires para a sua propriedade na Rua e Cais da Fonte Nova,
na mesma freguesia da Glória em Aveiro.
A primeira fornada na nova
instalação aconteceu exatamente a 8 de Setembro de 1917, mantendo a empresa
uma estratégia de modernização permanente. Todo o esforço que dedicava à
fábrica permitiu adotar equipamento mais modernizado, com o objetivo de
atingir o mais elevado nível de produção. No período que se seguiu, devido ao
aumento da concorrência de mercado, grande parte dos funcionários da Aleluia
acabaram por sair da fábrica. Em 1918, a empresa já se encontrava apta para
entrar na concorrência. Contudo, João Aleluia, guiado pelo bom senso, pelo
crédito e pela melhor qualidade da sua produção, não se deixou intimidar pela
concorrência e acabou por vencer.
Os filhos de João Aleluia tomaram conta da
empresa, entrando assim no domínio do mercado. Da produção fizeram parte os
artistas atrás referidos, bem como Gervásio Aleluia, um dos filhos de João
Aleluia, que era mestre de artistas e professor de artes na Escola Industrial,
atrás referida.
https://ceramicadeaveiro.blogspot.com/2012/08/cinzeiro-fabrica-aleluia-aveiro.html |
O azulejo ganhou uma grande
prosperidade durante a época da Fábrica dos Santos Mártires. A par da cor azul
sobre o branco, utilizavam também a cor sépia, tendo contudo preferência pelo
azulejo policromo, competindo com a Fábrica da Fonte Nova, bem como com as
fábricas do norte.
Dado o sucesso das fábricas da
Fonte Nova e dos Santos Mártires, na cerâmica artística e decorativa, bem como
no desenvolvimento na área da construção civil, após a I Grande Guerra Mundial,
voltada para o conforto e higiene, o azulejo começou a ser utilizado em novos
espaços, em revestimentos - escadas, jardins, placas toponímicas, anúncios -
Aveiro beneficiou.
Os filhos de João Aleluia tomaram
conta daempresa, entrando assim no domínio do mercado. Da produção fizeram
parte os artistas atrás referidos, bem como Gervásio Aleluia, um dos filhos de
João Aleluia, que era mestre de artistas e professor de artes na Escola
Industrial, atrás referida.
A colaboração de Gervásio e
Carlos, filhos do fundador, foi muito importante para a progressão desta
unidade industrial. Educados em permanente contacto com o "mestre",
possuíam ambos uma grande cultura artística e uma juventude cheia de
iniciativa.
Em 1922 depois do sucesso da
primeira Exposição, na casa de móveis de Francisco Casimiro da Silva, a empresa
passou a ser denominada de ALELUIA.
A partir deste ano dão-se novos
avanços tecnológicos e o rejuvenescimento dos materiais utilizados. Exemplos
disso são a adoção do fabrico de azulejos por via seca, instalação da primeira
série de máquinas Faure, de Limoges, para a preparação de pastas brancas, e da
primeira prensa mecânica – DORST- Alemanha – e galga, com um sistema moderno.
Depois da morte do fundador em
1935, a viúva e os dois filhos, em 1941 constituem a firma Aleluia &
Aleluia. Estes últimos mostraram-se dignos seguidores da obra paterna pela
grande projeção que conseguiram dar à empresa.
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Compraram a Empresa Olarias
Aveirense, L.da para se dedicarem quase exclusivamente à produção, em grande
escala, de artigos sanitários. E imprimiram à Fábrica Aleluia um enorme
incremento no sentido de a reservar sobretudo à produção de faiança decorativa,
azulejos e painéis, concebidos e executados num elevado plano estético de
ornamentação.
Os pintores mais importantes da
época foram Licínio Pinto, Francisco Pereira e J. Oliveira que assinaram vários
painéis de Estações de Caminho de Ferro. Abundava a Arte Nova com motivos
nacionais ou regionalistas e os temas de fantasia ou estilizamentos
modernistas.
No início dos anos 70, a empresa
destacou-se no panorama da cerâmica a nível nacional e internacional e é também
vendida, pelos filhos do fundador, a uma sociedade anónima.
Os novos proprietários da Aleluia
acabaram por abandonar progressivamente as antigas instalações da Fonte Nova e
em 1982 centralizaram toda a produção e serviços na nova unidade da Quinta do Simão, em Esgueira, local que se mantém até hoje.
em 1982 centralizaram toda a produção e serviços na nova unidade da Quinta do Simão, em Esgueira, local que se mantém até hoje.
Neste período verificou-se o
abandono da produção de louça, incluindo a sanitária, e pelo reforço e
consolidação da produção em monoporosa de azulejos de revestimento.
Em 1995 foi feita uma exposição
documental comemorativa dos 90 anos da Aleluia, que reuniu num mesmo espaço as
peças mais emblemáticas do espólio histórico e os produtos actuais da Empresa,
exposição esta que se prolongou por vários dias e que veio a repetir-se no
Centro de Congressos de Aveiro.
No primeiro semestre de 1999, a
unidade fabril foi reconvertida de modo a produzir revestimento e pavimento,
passando a ter uma maior capacidade produtiva. Em Janeiro de 2002, passou a
contar com mais uma linha de produção de revestimento/pavimento, aumentando a
sua produção em cerca de 40%.
Em Dezembro desse mesmo ano
concluiu o novo edifício administrativo e social, com uma área de 3.000 m²,
dotado de excelentes condições de acomodação e acolhimento de colaboradores,
clientes e visitantes e ainda o novo showroom.
A inauguração oficial da nova
linha de produção do novo edifício sede, e do showroom, teve lugar em Fevereiro
de 2003, e contou com a presença de sua Excelência o Senhor Ministro da
Economia, Dr. Carlos Tavares.
Motivada pelo lema do progresso,
em Fevereiro de 2003 constituiu uma parceria com a empresa CeramicApolo, também
esta produtora de pavimentos e revestimentos cerâmicos em pasta branca. Fez
assim um acordo de gestão interempresas com o objetivo de fazer face a um
mercado cada vez mais competitivo, permitindo assim aumentar a sua capacidade
produtiva.
Constitui-se assim o Primeiro
Grupo Empresarial do Sector com Capital 100% Português. No dia 6 de Junho de
2005 a Aleluia comemorou o seu primeiro centenário assinalando nessas
comemorações o início da produção de porcelanato no formato 46x46cm, um marco
determinante da evolução tecnológica da empresa. No âmbito do Centenário a
Aleluia teve a honra de receber a visita de sua excelência o Presidente da
República Dr. Jorge Sampaio.
Noticia dos 40 anos da Fábrica Aleluia de 10 de Fevereiro de 1945:
'Como muito bem disse o sr. Carlos Aleluia, no seu discurso de apresentação, na noite de sabado passado, no Teatro Aveirense, 40 anos na vida duma industria é quási nada, posto que, na vida de homem seja alguma coisa. Pois foi há 40 anos que o falecido industrial, sr. João Aleluia, pai dos srs. Carlos e Gervásio Aleluia, fundou a Fábrica de Cerâmica que tem o seu nome, instalada primeiro no Bairro dos Santos Mártires e transferida depois para a Fonte Nova.
A honradez desse homem forte que a morte roubou há anos à família, aos amigos e à sociedade; a sua energia máscula; a simpatia e confiança que soube inspirar aos seus credores; a lisura no
E assim a Fabrica Aleluia tem singrado no. caminho da prosperidade fazendo os lindos azulejos conhecidos em todo o pais, e fabricando as loucas económicas e artísticas, que são admiradas principalmente no centro de Portugal.
Ora para comemorar os 40 anos da sua existência, resolveram os atuais proprietários da
Seguiu-se depois a engraçada comédia "O Tio Simplício", de Almeida Garrett, interpretada pelos operários Deolinda Graça, Cândida Moreira, Henriqueta Couto, Manuel Augusto Moreira, Carlos Júlio Matos, Francisco F. Carvalho e Sílvio Pinheiro.
A terceira parte foi preenchida pela linda peca, em um ato, de Júlio Dantas: "O primeiro beijo", muito bem representada pelos operários Maria de Lourdes Diniz, João Nunes Salgueiro e João Margues de Oliveira. Lindos cenários e indumentaria da época. Acabou o espetáculo novamente com o Orfeão a cantar'.
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